Unidade 1 História e nossas origens
Capítulo 1 Saber histórico
Atualmente, existem no Brasil seis grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa. A Amazônia é considerada um dos maiores biomas do mundo, ocupando áreas do território do Brasil, do Peru, da Colômbia, da Venezuela, da Bolívia, do Equador, do Suriname, da Guiana e da Guiana Francesa.
Estudaremos neste capítulo que alguns de nossos problemas ambientais, como o desmatamento, começaram há muito tempo, ainda no início da colonização da América.
Durante o início da colonização, a maioria dos navios enviados ao Brasil era abastecida de enormes quantidades de pau-brasil. Depois, os carregamentos dessa madeira eram levados a Portugal e, de lá, partiam para Amsterdã (na atual Holanda), onde se extraía dela um corante avermelhado (brasilina), utilizado para tingir tecidos.
Graças a seu valor econômico, não demorou para que o governo de Portugal decretasse que a exploração do pau-brasil era monopólio da Coroa. Com isso, ninguém poderia extrair essas árvores sem permissão do governo e sem pagar impostos. Mas o monopólio do pau-brasil não foi totalmente respeitado. Comerciantes ingleses, espanhóis, franceses e mesmo portugueses contrabandeavam a madeira.
A primeira concessão da Coroa para a exploração do pau-brasil foi dada ao comerciante português Fernão de Noronha (c.1470-1540), em 1501. Seus navios foram os primeiros a chegar à ilha que mais tarde recebeu seu nome. Posteriormente, a partir de 1513, o governo autorizou que seus súditos fizessem a livre exploração de pau-brasil desde que fossem pagos os tributos à Coroa portuguesa.
Árvore símbolo
Glossário
- Feitoria:
- Local ao longo da costa que foi construído para armazenar produtos e defender o território.
- Pau-brasil:
- Árvore de até 30 metros que outrora habitava o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro, e hoje em dia é bastante rara.
No início da colonização, havia grandes quantidades de pau-brasil nas regiões de Mata Atlântica, próximas do litoral. No entanto, devido ao caráter predatório da exploração, o pau-brasil começou a desaparecer
A exploração dessa madeira marcou a história do Brasil até mesmo no aspecto simbólico. Em tupi, a árvore é chamada de ibirapitanga, que significa “madeira vermelha” e, em português, é chamada de pau-brasil, expressão que deriva de “brasa”, pois a cor avermelhada da madeira lembrava o fogo. O nome dado à árvore deu origem ao nome de nosso país.
Durante o período colonial, a Coroa portuguesa passou a regulamentar a derrubada do pau-brasil, com o objetivo de impedir o contrabando de sua madeira por espanhóis, franceses e ingleses. Essa regulamentação deu origem à expressão “madeira de lei”, pois sua exploração dependia de autorização legal do governo de Portugal.
Posteriormente, na segunda metade do século XX, algumas medidas foram tomadas para preservar essa espécie vegetal, e o pau-brasil passou a ser considerado um dos símbolos do país. No entanto, o pau-brasil está, desde 1992, na lista de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.
Trabalho indígena
Para extrair tanta madeira, os europeus precisavam do trabalho dos indígenas. Eram os nativos que localizavam o pau-brasil, derrubavam as árvores, cortavam as toras e carregavam as madeiras até os navios ou feitorias .
Calcula-se que, em 1500, a Mata Atlântica era uma floresta densa que abrangia cerca de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Atualmente, restam aproximadamente 12,4% da floresta original e muitos animais e plantas que vivem nela estão ameaçados de extinção
Apesar disso, a Mata Atlântica ainda tem uma das mais ricas biodiversidades do mundo, cuja preservação depende da conscientização ambiental de pessoas, comunidades, empresas e governos.
A seguir, observe no mapa as extensões original e remanescente da Mata Atlântica1.